segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Parei pra pensar. (????)

Mário Quintana disse em um dos seus poemas que não importa quantas vezes tenhamos nos mudado, a gente sempre mora na mesma casa, a casa da infância. Engraçado que na minha lembrança são muitas casas e delas tenho uma listinha de saudades. 

Saudade da casa da minha vó, em Igarapava, que de tão grande dava pra andar de bicicleta dentro dela. Depois eu cresci e percebi que a casa era normal, a menina é que era pequena. Saudade da casa da Butantã onde tínhamos o maior quintal do mundo, a USP. 

Saudade também de quando o mundo era o quintal, a garagem... Quando o patins, o skate, a bicicleta eram os maiores sonhos de consumo. De quando não havia vaidade, de pés e maõs sujos, o que mais incomodava era o entardecer que anunciava a hora de entrar.

Não que eu tenha acordado saudosista. Não que eu esteja reclamando da vida. É que, sem mais nem menos, percebi que apesar da casa da minha vó parecer grande por eu ser pequenina na época, aquela menina era imensa... Não haviam paredes que continham a sua imensidão. 

Parece que algo nos faz pequenos e desconfio que é o tempo. Lembrando da música do Caetano, o tempo brinca ao redor da menina, junto com ela. Parece que agora ele, o tempo, pára de estar ao nosso lado e começa a passar. Como é diferente. Já estamos em outubro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Qualquer coisa